quarta-feira, 6 de abril de 2011

O pé nosso de cada dia...

Afinal de contas, quem suporta todos os nossos problemas na correria do dia-a-dia? Vinte e cinco por cento dos adultos sofrem de dor nos pés, sendo a maioria mulheres. E isso não é à toa. Os calçados foram criados para a proteção dos pés! Pinturas em cavernas sugerem que o homem iniciou esse hábito 10 mil anos antes de Cristo. As sandálias dos faraós já se destacavam pelos enfeites de ouro, e desde então os sapatos passaram também a ser um indicativo de classe social. No exemplo do Brasil, os escravos eram proibidos de usar calçados, sendo que os conseguiam apenas ao alcançar a liberdade, quando muitas vezes desfilavam com as “chuteiras” penduradas nos ombros. Mas pra quê toda essa história? Porque foi no pós-guerra que as mulheres saíram às ruas e mudaram suas vestimentas: encurtaram as saias e passaram a expor os pés. E o uso dos saltos-alto nunca mais saiu da moda! Com os mais variados tamanhos e estilos, criando a ilusão de pés menores, pernas longas e glúteos mais definidos, os saltos-alto estão definitivamente ligados à sexualidade e sofisticação, e incorporados às mulheres (estudo americano mostra que 42% delas usam saltos-alto desconfortáveis em prol da estética). Elegância perigosa, pois não é apenas o desconforto momentâneo o problema. O uso desses calçados inevitavelmente gera alteração da marcha e sobrecarga tendínea, muscular e articular, com graves consequências para os pés, joelhos e quadris. A restrição da forma natural dos pés e o aumento do peso em uma região não preparada para tanto, gera deformidades como os calos e a famosa joanete, além de aumentar o risco de entorses, artrose, microfraturas, compressão nervosa, etc. E tratamento para tudo isso? Antes de mais nada, suspender o uso dos sapatos inadequados. Muitas vezes é indicado o uso de palmilhas e calçados individualizados para a correção da biomecânica e de posturas viciadas. Nos casos mais graves, apenas com cirurgia. De qualquer maneira, são opções não muito agradáveis pra quem tanto valoriza a aparência. E por isso, o melhor tratamento ainda é a prevenção. (título em homenagem ao dr Antonio Carlos Novaes)
 

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