Os conhecidos anti-inflamatórios estão entre as drogas mais usadas com ou sem prescrição médica - e dificilmente alguém nunca tenha usado para melhorar de uma dor-de-cabeça, cólica ou dor muscular. Infelizmente alguns riscos devem ser alertados. Entre seus efeitos colaterais, os gastrointestinais são os mais conhecidos, como náusea, gastrite, úlcera péptica. Não raras são as manifestações cutâneas, como equimose (sangramento subcutâneo), urticária, e até choque anafilático. Os rins não passam desapercebidos, podendo sofrer com nefrite e diminuição da filtração glomerular - sendo os pacientes renais crônicos e os idosos os de maior risco. Não podemos esquecer dos problemas associados com o fígado: hepatite medicamentosa e casos de falência hepática fulminante. Já não bastasse, alteração da coagulação (aumento de risco de sangramento) e efeitos pró-trombóticos também são relacionados com essas famosas - e indispensáveis - medicações. Recentemente alguns anti-inflamatórios de última geração (ditos inibidores COX2) foram retirados do mercado devido aumento do risco cardiovascular, principalmente de Infarto do miocárdio. Chamo a atenção para um artigo publicado em maio de 2011, em uma das principais revistas internacionais de Cardiologia, Circulation, onde mais de 80.000 pacientes com Infarto foram avaliados, e os anti-inflamatórios foram associados à maior risco de morte e reinfarto. Os autores sugerem que essas medicações não devam ser prescritas para pacientes com história prévia de Infarto, mesmo que por breve período de tempo. Em suma, antes de usá-los devemos avaliar riscos e benefícios, e se realmente necessários, que seja pelo menor tempo possível. São medicações importantes, mas seus possíveis danos não podem ser banalizados! Futuramente deixarão de ser remédios de fácil aquisição nos balcões das farmácias e receitas de controle especial serão obrigatórias (como ocorreu com os antibióticos), aumentando a responsabilidade de quem prescreve, de quem vende e também de quem compra!
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